terça-feira, 9 de março de 2010

Quase no fim de mais uma etapa... e mitos


Estive ausente por um bom tempo. Na verdade a última vez que escrevi eu estava para ir ao Arizona para participar do primeiro Festival Internacional de Violão de Tucson. A experiência foi esplêndida e vou contá-la com detalhes nas próximas postagens.

Depois de Tucson, voltei à Baton Rouge, toquei mais um concerto com a Louisiana Sinfonietta e encerrei o semestre "profissionalmente" falando no dia 03 de dezembro, dia no qual estreiei minha Serenata para Violão e Orquestra de Cordas, Op. 8 e logo em seguida toquei um recital no ICC (International Cultural Center). A foto é desse recital. Toquei com meu novo violão construído pelo Jeremy Cooper. Esse novo violão é extremamente superior ao que eu tinha anteriormente. Depois vou fazer uma postagem especial para esse violão, pois ele merece.

O ano de 2009 foi muito bom para mim profissionalmente. Toquei 54 vezes, comprovadas com programas que guardo de todas as apresentações. Comecei o ano tocando o Concerto em Lá maior do Carulli e terminei estreiando minha peça para violão e orquestra, Serenata para Violão e Orquestra de Cordas, Op. 8, ambos com a Louisiana Sinfonietta. Também, nesse mesmo concerto fiz a estreia mundial da peça Landscape no. 11 for Guitar and String Orchestra do excelente compositor costarriquenho Alejandro Arguello.

O fim do ano tirei para descansar pois eu estava exausto depois de tanta coisa. Retomei o trabalho com a minha tese com toda a força e decidi que não iria tocar com tanta intensidade nesse semestre. Tenho cumprido minha decisão. Até hoje toquei apenas um recital no dia 15 de janeiro, que foi um pedido do meu professor Dinos Constantinides. Neste domingo devo tocar mais uma vez à pedido de uma professora muito bacana, a Jan Grimes, professora de correpeticão aqui na Louisiana State University. Bom, eles pedem, mas pagam bem, então eu animo. De graça não dá mais.

Uma das coisas que me levaram a voltar a escrever é para deixar claro que eu estou ótimo, com a saúde perfeita e quase terminando meu Ph. D. Eu digo isso pois fico sabendo de casa coisa que as pessoas falam sobre mim... Na verdade eu acho mesmo é engraçado como que as pessoas podem inventar tantas maluquices sobre mim. Acredite, existe gente em BH criando mitos a meu respeito. A maioria me deixa lisonjeado, mas não passa de invenção. Por exemplo: já disseram que eu fui aluno do Abel Carlevaro, é, do uruguaio Abel Carlevaro, violonista e professor respeitadíssimo, autor de uma série de métodos que são uma das bases da técnica violonística moderna. Infelizmente isso não é verdade. Eu fiz aulas com o Eduardo Fernandez, grande violonista uruguaio que foi, ele sim, aluno do Carlevaro.

Muita gente sabe que eu estudei e toco violão flamenco e que eu estive na Espanha já duas vezes para apresentar recitais e também para fazer algumas aulas de flamenco. Porém, o que chegou ao meus ouvidos é que tem gente que JURA que eu sou espanhól nascido e criado! Fico um pouco chocado, pois eu sou de Belo Horizonte, estudei no Colégio Municipal de Belo Horizonte quando nele ainda se tinha de usar calças de brim como uniforme, com a sugestiva cor "verde petrólio." Fui aluno do CEFAR (Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado) e depois da Escola de Música da UFMG. Nada poderia ser mais belorizontino e mineiro do que eu. Olha que eu fui descobrir isso com toda força nesses anos que vivo nos Estados Unidos.

O mais engraçado dos mitos foi um que ouvi que disseram na UEMG que eu era a reencarnação de Telemann. Isso mesmo, o ilustre compositor alemão, famosíssimo em sua época, muito mais famoso e prolífico que Bach. Euzinho, a reencarnação de Telemann! Olha, mesmo se eu acreditasse em reencarnação... mas como é fértil a imaginação das pessoas!

Meu amigo Avelar Jr. me contou, faz uns dois anos, que ele ouviu umas pessoas dizendo que eu tinha machucado minhas mãos em um acidente terrível e que eu não podia mais tocar violão. Mentira!!! a foto está aí para provar que eu estou com as mãos perfeitas, com um violão novo e fantástico e com bem menos cabelo. Mas é fato que as pessoas puseram essa pitada de dramalhão inventando uma história que me deixa com as mãos machucadas e sem poder mais tocar... Mentira!!!

A última que aconteceu foi que um amigo meu, ex-aluno de violão, ligou para o meu pai para saber notícias minhas pois ele tinha ficado sabendo por "fonte segura" que eu tinha desistido de terminar o meu doutorado e que estava para voltar ao Brasil. Veja só! depois de ficar aqui 4 anos, estudando a fundo as coisas mais fantásticas sobre música eu iria, assim do nada, desistir de terminar meu doutorado? E olha que não é um doutorado, é um Ph. D. que tem um reconhecimento muito mais amplo no Brasil do que um DMA. Meu título será "Doctor of Philosophy in Musical Composition and Orchestral Conducting." Batalhei MUITO mesmo para poder chegar aqui e não desisto do meu título por nada. Na verdade estou quase quase é terminando. Devo marcar a data da defesa da minha tese em duas semanas. OU SEJA, em duas semanas eu marco a data em que vou defender minha tese e ser, de uma vez por todas, Ph. D.
Aredito que consiguirei marcar minha defesa para o início do mês de junho.

Quanto a voltar ao Brasil... Bom, os meus amigos próximos sabem como eu venho oscilando sobre esse assunto, principalmente pelo fato de eu ter uma proposta de emprego aqui em New Orleans que é uma cidade fantástica. Mas ao mesmo tempo eu quero voltar a dar aulas na UEMG, pois eu adoro aquela instituição, adoro os professores que lá estão e acho que eu posso contribuir muito significativamente para o crescimento da escola. Então eu ainda não sei se eu volto, quando eu volto... mas que eu termino esse doutorado aqui, ah isso eu termino.

Um abraço a todos.
Fiquem ligados pois tem mais postagens vindo sobre minha participação do festival de violão de Tucson, de meu encontro com o Sérgio e o Odair Assad e mais.

Um comentário:

  1. Ronaldo!!!!
    Nossa, fico de fato muito feliz em ver seu sucesso e realizações! Parece que foi ontem que esteve conosco em Ipatinga. Saudades!
    Desejo sucesso na defesa de sua tese, de coração!
    Um abraço, meu e do Attilio,
    Érica Carattiero

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